Por um mundo com menos dedos apontados e mais mãos estendidas.
(Scheila Azevedo)
O tédio sempre me aborda num domingo a tarde, numa festa de réveillon ou Show do SESC Pompéia. Ele parece pacífico, de bons modos, mas age impulsivamente. O tédio nada paralisa. Com ele, tudo se movimenta. Por ele existem as camas redondas, o Kama Sutra, o psicanalista e o guaraná com formicida. Vem uma vontade desenfreada de viver aventuras inéditas, passeios gelados no Ártico, escalar Everestes, noitadas opiáceas em Pequim... Não, não. Nunca leve o tédio a Sério. Nunca! Mas vale o lembrete de Nelson Rodrigues: “só o imbecil não tem tédio”.
(Sérgio Lara)
Evito as corjas.
As ideias sem fundamentos nem benefícios.
Parei pra ver o mundo girar, dentre a multidão apressada
na beira de um psicológico abismo.
Estudei a vida por várias pontos de vistas e perspectivas.
Sentado na fila de um banco lotado.
Num livro antigo vi razão. Encontrei o sentido no espaço. A corda bamba virou um laço. O aperto virou um abraço.
Como uma Bússola, que me desvia da trilha da ignorância.
Sei que ainda estou longe de ser perfeito, mas não estou mais perdido nas águas sujas da na arrogância.
Ultrapasso tempestades. Remendo o buracos
no casco do meu velho barco. Sem ânsia.
Sem ânsia.. direciono as velas.
No sentido das coisas que convém.
Noto claramente que quanto mais eu remo, mais paisagens encontro.
Mais flores silvestres, cachoeiras, borboletas, pássaros exóticos e seus cantos.
Quanto mais esforço, mais recompensas.
Mais caridade, menos tristeza.
Uma palavra amiga, um faminto à mesa.
Na padaria num inverno intenso.
Um café com leite e dois pães de queijo.
"Só isso.. Obrigado."
Ganho a verdade. E desmantelo a incerteza.
Descanso no amor como Madre Tereza.
Numa noite chuvosa escutando um louvor enquanto limpo o fogão, grato pela sujeira que precede o alimento. Sustagen, sustento.
(Ramon Paes)
A mãe terra se libertando, por baixo do asfalto quente, tornado, tempestade, enchente. Os arranha-céus são a evolução ilusória, não vejo isso no livro de história na escola.
Menos prédios, mais sementes. Menos sermão, mais exemplos decentes. Atitude inteligente.
Por trás dessa máscara, o meu choro recolhido, no auge de uma pandemia que devasta meus amigos.
Vem á tona a corrupção, de um sistema de governo corrompido, recheado de covardia, ganância e egoísmo.
Falta de empatia, num mix de ignorâncias sem sentido. O que me conforta são minhas crenças dentro daquele livro antigo.
A paz no olho do furacão. O amor. A fé na justiça divina que segue sempre agindo.
Os humildes e singelos sorrisos, que permanecem vivos nos encarnados e desencarnados, entre mortos e feridos. Entre secos e floridos.
(Ramon Paes)